Olá! Bem-vindos ao blog do CAPE!
Aqui você encontra notícias, artigos e fatos interessantes sobre o universo da Psicologia Escolar. Fique ligado, pois postaremos muito em breve mais conteúdos e notícias.
Hoje vamos inaugurar nosso blog com um artigo muito interessante da coordenadora e idealizadora do CAPE, a psicóloga Vivien Rose Böck, sobre a importância do Psicólogo Escolar e do exercício de sua profissão.
PSICÓLOGOS NA ESCOLA
A escola está psiquicamente doente. As principais queixas surgidas no âmbito escolar referem-se a distúrbios psicológicos que alunos e professores vem apresentando. São comportamentos desviantes que traduzem e promovem grande sofrimento psicológico.
Por parte do alunato temos o quadro de bullying onde alguns alunos tornam-se vítimas de humilhações morais e/ou ataques físicos por parte de colegas e agressores que se comprazem em suas agressões, sendo que ambas as partes deste infeliz fenômeno merecem um olhar atento em suas consequências e motivações e uma intervenção especializada e não amadora e meramente paliativa como vem ocorrendo em nossas escolas. Podemos citar ainda o problema das drogas, que é ameaça constante e que consome muitos de nossos jovens; a falta de limites e a violência escolar permeiam as salas de aula interferindo no processo de ensino-aprendizagem e são de difícil manejo para professores e diretores; a desmotivação que acomete os alunos para aprender (e que é um dos fatores proeminentes da evasão escolar) como aos professores para ensinar. Não menos preocupante, sob o ponto de vista da saúde mental, encontra-se os docentes com queixas de desânimo, de falta de energia para continuar sua docência, quadro este conhecido como a Síndrome de Burnout. Este stress que não prejudica apenas o professor, mas que faz com que ele trate seus alunos com ironia e frieza, desqualificando-o enquanto pessoa e minando de forma, muitas vezes, irreversível o vínculo afetivo entre educador e educando. Além disso, as famílias encontram-se cada vez mais desorientadas e isoladas para educar seus filhos e necessitam de orientação nesta missão, sobrecarregando os docentes e que nem sempre, sabem como ajudar.
Evoluímos no número de crianças e jovens que frequentam nossas escolas e devemos agora fazer com que a qualidade da vida escolar acompanhe a quantidade.
Neste sentido faz-se necessário que a escola seja apoiada por profissionais aptos para o atendimento e entendimento dos conflitos emocionais e comportamentais.
Urge que a escola conte com psicólogos escolares que auxiliem professores e alunos em suas relações interpessoais, criando um ambiente harmonioso. Não um psicólogo para atendimento individualizado e psicodiagnósticos que tendem à culpabilização do aluno pelas mazelas escolares. Necessita de psicólogos que entendam que as dificuldades são também produzidas na escola e que a instituição deve ser atendida como um sistema, pois o fracasso escolar diz respeito a todos envolvidos: alunos, professores e família, assim como a busca de solução também passa pela interrelação destes protagonistas. O psicólogo escolar não é um mágico que faz surgir a saúde mental, mas é o profissional qualificado para propor ações de prevenção e intervenção criando espaços de escuta e de ressignificação da escola, visualizando e redescobrindo o potencial de resiliência e de saúde mental, colocando o conhecimento e o fazer psicológico a favor da Educação e das pessoas. Contribuindo no acolhimento das pessoas e na integração das energias psíquicas da própria escola para fazer frente às suas vicissitudes.
Com este objetivo, tramita na Câmara dos Deputados em Brasília, o projeto de lei 3688/2000 que propõe a obrigatoriedade de Psicólogos nas escolas fundamentais do país e que se aprovado, será certamente um grande avanço na qualificação, bem-estar e respeito às pessoas envolvidas na Educação brasileira.
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