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Burnout e Pandemia

por Vivien Rose Bock, psicóloga e coordenadora do CAPE

O ano letivo de 2020 mal havia começado, com apenas um mês de aulas e recebemos o impacto da pandemia Covid 19. As autoridades médicas e governamentais decretam a suspenção das aulas presenciais e se instituem aulas online, o ensino remoto para todos os níveis escolares.

E de uma hora para outra, os professores necessitaram transformar seu programa pedagógico construído ao longo de vários anos em uma linguagem nova, editando, postando vídeos, baixando aplicativos… Como adaptar conteúdo num sistema que os docentes de ensino fundamental e médio não tem o domínio, a familiaridade e principalmente o tempo necessário para isso? As professoras devem ensinar ao mesmo tempo em que estão aprendendo e rápido porque amanhã já é outro conteúdo. Além disso recebem dos pais a queixa, com toda a razão, que não têm didática para repassar o ensino aos filhos mas certamente elas próprias prefeririam atuar junto aos seus alunos, perto deles, olho no olho. Na tela aparecem rostinhos pequenos, às vezes com pouca luz, sem a energia da sala de aula.

A pressa da inovação, do despreparo, da angústia de não dar conta, do estresse e do medo de adoecer por este inimigo invisível pode acarretar em burnout. A síndrome de burnout é compreendida como um processo dinâmico que se estabelece gradualmente, iniciando com o esgotamento emocional associado a sentimentos de baixa realização profissional e ineficácia sendo que posteriormente podem surgir comportamentos de afrontamento e ceticismo. Os aspectos citados como desencadeadores de burnout são: o excesso de trabalho, a falta de controle decisório sobre a própria profissão, remuneração insuficiente e recursos internos inadequados para fazerem frente às grandes demandas educacionais (Maslach & Leiter, 1999). Além disso, temos o agravante da ameaça de contaminação e o distanciamento social imposto, que trazem por si só sentimento de estresse.

No entanto podemos criar algumas estratégias de proteção e alternativas para minimizar os efeitos nocivos deste desgaste imprevisto. Estudos comprovam que uma rede de apoio social é fundamental e se constitui no principal recurso para fazer frente a burnout. Este suporte social provém dos vínculos afetivos com a família, com os amigos e com colegas.

Mas neste período de quarentena estão distantes, cada um em sua casa, como buscar este apoio? Aproveitando do conhecimento de internet que a própria crise nos forçou a adquirir, e a qual alguns já tinham antes. Grupos de whatsapp entre colegas, consultas psicológicas online e, claro, e o apoio familiar. Outros recursos para o reforço emocional são a meditação e técnicas de mindfulness, quando somos o centro de nossa atenção.

E não podemos esquecer do bom humor que “é o melhor antídoto contra as queixas, pois os problemas, as falhas, podem ser motivos de graça” (Slavutzki, 2015). Manter o bom humor não apenas para sua vida cotidiana mas inseri-lo nas aulas online, brincar com os alunos, com os pais agora professores. A professora bem humorada é boa consigo e com os demais, e não é sádica nem severa, tolera as falhas e ri delas. A pessoa pode assim manter seu amor próprio até mesmo nas situações de fracasso ou de desafios como estes tempos estranhos em que estamos vivendo.

Por outro lado, o reconhecimento social do esforço dispendido é um elemento imprescindível de retroalimentação que injeta ânimo nesta caminhada e por isso o CAPE vem através deste texto manifestar nosso agradecimento não apenas aos profissionais da saúde mas também aos da Educação e nossa admiração por sempre se reinventarem para se superarem.

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