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O Papel do Orientador Profissional

Texto escrito pela aluna do curso de Orientação Profissional na Escola, professora e psicóloga Lizandra Andrade Nascimento


Dentre as inúmeras aprendizagens construídas ao longo do curso, compreendemos sobre o papel do orientador como um facilitador no processo de escolha dos caminhos a serem seguidos pelos indivíduos na profissão/carreira. Fica evidente que o profissional que realiza a orientação profissional não é responsável por indicar uma profissão para o aluno como promessa de realização pessoal e profissional. A decisão deve ser do orientando. O orientador terá como foco os processos de autoconhecimento, de conhecimento das profissionais e de exploração de oportunidade e da realidade do mundo do trabalho.


Um dos principais pontos de ancoragem dessa tarefa deve ser o respeito às escolhas, às vontades e aos interesses dos estudantes. Além disso, nos processos de orientação profissional em grupo, o orientador precisa reforçar a necessidade de respeito entre os colegas, sem julgamento das escolhas dos demais.


Dessa maneira, é importante questionar estereótipos e ideias pré-concebidas que, por vezes, são reproduzidas e acabam por ampliar a ansiedade dos jovens no processo de decisão. Noções como a de que existem profissões mais bem remuneradas e com maior status social, atividades da moda no momento, influência das mídias na popularização de determinadas áreas, em detrimento de outras. Por isso, quanto mais crítico e reflexivo for o processo, melhor, posto que abrirá espaço para a reflexão, sem priorizar certas áreas e marginalizar outras.


Para estruturar um processo de orientação profissional dessa forma, o orientador precisa de amplo autoconhecimento, procurando refletir sobre sua própria trajetória, sobre o próprio direcionamento de carreira. É relevante que o profissional problematize suas próprias concepções, livrando-se de possíveis preconceitos e estereótipos, reflita sobre as influências que recebeu em sua caminhada, bem como sobre suas percepções sobre trabalho e carreira. Isso é importante para que o profissional não repasse, inconscientemente, tais posicionamentos e noções aos orientandos.


Outro aspecto significativo é a necessidade de compreender as particularidades dos alunos, evitando preconceitos e discriminações de qualquer tipo. Como enfatizado, ao longo do Curso, os alunos têm especificidades, mas todos podem construir projetos satisfatórios e prósperos de futuro, independente de sua condição socioeconômica, cultural ou familiar. Não importante de onde vêm nossos alunos, mas onde querem chegar e a capacidade de mobilizar esforços para atingir objetivos e metas.


Sendo assim, fica claro que o papel do orientador não é o de julgar ou de apontar um caminho dado como certo. Seu papel é propiciar a reflexão, o autoconhecimento e a ampliação do entendimento do mundo do trabalho, para que os estudantes tenham mais elementos para fazer escolhas com menos ansiedade e mais segurança. Importa fazer uma intervenção positiva, oferecendo apoio e suporte para que os jovens ampliem seus conhecimentos sobre si mesmos (habilidades, conhecimentos, aptidões, interesses) e sobre o mundo do trabalho (carreiras, oportunidades, adequação das habilidades requeridas pelas profissões com as suas características pessoais, futuro).


Também é salutar estabelecer uma relação de confiança, combinando com o grupo sobre a confidencialidade das questões tratadas no decorrer dos encontros de orientação profissional, para que as tratativas fiquem entre os participantes. E, se alguém desejar compartilhar dados com alguém de fora o façam apenas sobre pontos pessoais e não sobre os demais.


Ainda sobre o papel do orientador, cumpre destacar a necessidade de permanente atualização (aliás, como estamos fazendo nesse Curso), buscando o aprimoramento com humildade e disponibilidade para aprender. Torna-se significativo ressignificar, constantemente informações sobre as profissões, sobre as transformações do mundo do trabalho, mudanças nas legislações e direitos trabalhistas, dentre outros fatores importantes.


Para que o orientador seja eficiente na condução do processo é relevante que ele próprio amplie suas competências e habilidades, demonstrando aos jovens que qualquer carreira que sigma demanda a busca constante de aperfeiçoamento e o que as nossas escolhas vão se transformando para acompanhar as mudanças da sociedade como um todo. A humildade também é indispensável no sentido de reconhecer quando sua competência não é suficiente e o mais adequado é encaminhar o orientando para outro profissional ou buscar supervisão para aprimorar suas técnicas.


Por fim, o planejamento é fundamental para que o processo ocorra da melhor maneira possível. Desse sentido, deve-se manter o foco nas questões ligadas a orientação profissional, evitando abordar questões que não competem a esse foco. O orientador não precisa saber tudo, até porque isso é impossível, mas precisa buscar o máximo de formação e de competências para servir como suporte às escolhas profissionais dos jovens, buscando atribuir a esse processo mais segurança e tranquilidade, resultando em maior autoconhecimento e realização.







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