Confira as dicas dadas pela diretora do Centro de Aperfeiçoamento em Psicologia Escolar, Vivien Rose Böck, para um bom início de ano letivo:
PROBLEMAS COM O PROFESSOR
“Ele pega no meu pé.” “Está sendo injusto comigo.” “Sou sempre eu, sempre eu.” Se seu filho ainda não proferiu uma reclamação como essas em referência a um professor, é bem possível que esse dia ainda chegue. E quando vier, a última coisa que você deve fazer é tomar partido pelo filho ou pela escola sem mais informações. Os pais devem buscar a imparcialidade, segundo Tania Beatriz Iwaszko Marques, professora de psicologia de educação da UFRGS, e Vivien Rose Böck, psicóloga e diretora do Centro de Aperfeiçoamento em Psicologia Escolar.
– É importante os adultos acolherem os filhos no sofrimento, mas isso não significa que se deve dar razão. Tem de ouvir os dois lados – ressalta Tânia.
A resolução desse tipo de problema é essencial porque essas desavenças podem levar ao comprometimento da aprendizagem da criança ou do adolescente.
– Pode até ser que a criança queira provar que sabe ao professor, mas, em geral, faz-se a identificação: não gosto do professor, não gosto da matéria. O objeto de trabalho está muito misturado com a pessoa – afirma Tania.
Os pais devem contatar a coordenação escolar, que apontará quando será possível realizar a conversa com o professor – e se a psicóloga da escola puder participar, melhor.
Vivien ressalta que não se pode realizar a conversa pedindo satisfações. O objetivo é procurar, juntos, estratégias para que a coisa volte de novo a um bom relacionamento.
– Quando há esse tipo de diálogo, é proveitoso para aluno e professor, porque essa relação cresce. E os pais podem aproveitar para mostrar aos filhos como se media conflito com diálogo, com negociação – afirma.
PROBLEMAS COM UMA DISCIPLINA
Os pais têm várias formas de ajudar a criança ou o adolescente que encontra dificuldades em uma disciplina. Tania Beatriz Iwaszko Marques, professora de psicologia de educação da UFRGS, diz que sentar com ps filhos, ajudando nos temas e nos estudos, é uma forma de esclarecer o conteúdo e demonstrar que valoriza a aprendizagem. Mas é importante que o familiar escalado para essa função tenha a paciência de respeitar o tempo da criança.
Outra sugestão é buscar material alternativo e formas de mostrar o resultado prático daquela disciplina.
– Quando o jovem não entende, tende a refutar a disciplina. É difícil gostar de algum conteúdo que não faz sentido. Imagine assistir a uma aula em grego. Nos primeiros cinco minutos, a gente pensa: “que interessante”. Mas depois, continua significando nada e perdemos o interesse. – afirma Tânia.
O ideal é buscar solucionar o problema o quanto antes, para que a defasagem não se acumule, segundo a psicóloga Vivien Rose Böck.
– Se no primeiro trimestre o aluno não conseguiu entender, dificilmente recuperará no segundo, pois a matéria é mais complexa e baseada no conhecimento do trimestre anterior – afirma Vivien. – E ainda se corre o risco de passar de ano com a defasagem já instalada. No outro ano, vai ser a mesma coisa.
A psicóloga defende que, antes de supervalorizar a nota – que deve ser vista como um indicador-, os pais perguntem ao filho o que aprendeu naquele dia. Em todas as idades.
– Nos primeiros anos, toda a família valoriza a alfabetização e, com o passar do tempo, não se pergunta mais nada. Os pais deveriam aproveitar para aprender com seus filhos – defende Vivien.
Trechos da reportagem publicada no Jornal Zero Hora de 23 de fevereiro de 2015 por Ticiano Osório e Pedro Moreira. Confira a reportagem completa clicando aqui
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